fortaleza minha
suja de braços fora de carros,
catarros fora de narizes
e uma multidão de folhetos
de lojas,
de colégios,
de concursos -
de.
vai água tanta (pouca),
varre os sacos plásticos
e a cera dos ouvidos,
varre a botina dos oficiais
e os carros do ano,
varre os panos da loja de confecção,
varre esse calor-suor.
e joga
no bueiro,
nos esgotos-cabeça-de-alfinete,
nos prédios da Aldeota,
nos palacetes
e nos cacetes gringos funcionando
re-gu-lar-men-te
nas praias e nos motéis.
joga
no Canindezinho e no Planalto Airton Sena,
dentre outros tantos,
afoga as sinucas
e derruba as pontes
e as cumeeiras das casas
no meio de um sonho-sorteio,
ou de um programa policial.
fortaleza ralo entupido
(espirro de corpos
dos desabamentos
em lenços-caixões
descartáveis),
limpa a sujeira do teu nome
e sê forte para todos os teus
homens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário