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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Vida-meia


(foto de sebastião salgado)

a minha vida é tão seca,
seca vida-meia,
vida meio seca,
vida meia, seca.

beber meu suor de cachaça,
tragar cachaça de suor,
a água pontuda da palma,
a palma da mão calejada.

meu gibão de terra e sonho.
o animal de costela e couro
deitado.
meu braço de fumaça e fogo,
Azulão de cansaço e sede
em pé.

essa terra de sol também,
vermelha;
esses galhos de sol também
em cinzas.

a seca é cerca com arame:
é cela em que cavalgo o dia,
é sela em que me monta a vida.

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