
(foto de sebastião salgado)
a minha vida é tão seca,
seca vida-meia,
vida meio seca,
vida meia, seca.
beber meu suor de cachaça,
tragar cachaça de suor,
a água pontuda da palma,
a palma da mão calejada.
meu gibão de terra e sonho.
o animal de costela e couro
deitado.
meu braço de fumaça e fogo,
Azulão de cansaço e sede
em pé.
essa terra de sol também,
vermelha;
esses galhos de sol também
em cinzas.
a seca é cerca com arame:
é cela em que cavalgo o dia,
é sela em que me monta a vida.
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