salada de cacetes
no prato-multidão.
os talheres castigam
raízes, folhas, frutas
ao som da batucada.
mãos que agarram camisas,
pancadas nas costelas
(brócolis
CROC!-ante)
e borrifos-tomate de sangue.
a fila indiana do jantar
segue cabisbaixa
(não gritam como os porcos)
por vielas e ladeiras.
a beterraba do olho acertado,
o pus-mostarda escorrendo,
o sêmem-couve grudado às roupas –
o “passatempo” de noite e de medo.
a nuvem de pernas, braços e gritos:
o abacate-bílis pin-
ga
sob as estrelas,
brancas-alho das bocas.
bandido bom,
bandido
morto!
come, justiceiro,
gourmet do Estado,
sommelier das veias,
que o gosto da fome-cacete
é doce
(os aplausos são de açúcar).
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