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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

os 30 cearenses menos influentes (II)

sugestão: antes de ler, ver as duas postagens anteriores

Branco

Comprou uma moto porque sempre quis uma. Coriti-Flamengo-Catarina, moto. Placa de lugar distante quebrada na metade. Para onde vai agora, vai de moto, e cuida tanto dela, filha vermelha mais velha...
Homem que viveu para frente: virou menino com as rodas.

Gardel

“Amaldiçoado”, “Inseto”, “Besta fera”- palavrões que aprendi nas capoeiras enquanto procurávamos ovelhas. Fazer barragens, pescar com arame de cerca e feijão cozido, matar lagartixas com baladeiras (dá azar), construir balsas com bananeiras, atravessar o açude nadando, laçar ovelhas...
Filho de Mário. Hoje: “Marão, eu vou comprar uma moto e vou mandar fazer um caixãozinho de madeira para levar você na garupa”.
“Inseto” feliz.

Djalma

Tio. Chapéu, fumo, voz grossa, sanfona, cachaça, olho fechado – “puxei” os dois últimos. Trabalha muito, bebe quanto, roça tanta, cachaça e canta alceu. "tu vens, tu vens" e é de quem eu me orgulho sinceramente.
Celular e tira-gosto.

Dezinha

Vai pela rua xingado Deus e o mundo – injustos e cegos, balança torta. Gritam os meninos gritam do alto de sua infância: piiii! Xingando pela rua, piiii!
É porque o filho dela morreu atropelado, disseram.
O motor do carro é menor que o coração, todavia o desespero... Pulando do peito em gritos.
Foi preciso enlouquecer para não ficar louca.
Piiii!


Seo Ozias

Merendar, comprar caldo de cana e pastel naquela rua perto da Igreja. Pelo caminho, chapéus nas paredes das lojas, lamparinas penduradas, espoletas para pistolas de menino, currulepes, isqueiros, fumo. O pau-de-arara parava ali perto.
Merendar, comprar caldo de cana e pastel: Oziasotaque. Anos mais tarde (hoje) viriam o bigode, as coxinhas e as porções com pequenos pastéis.
Moto velha, parece que os óculos são o pára-choque.
Noite, fome: SebOzias. Puro amor.

Zé Santana

Magro, chapéu, matuto, amundiçado. Conversador: conversa com gente é pergunta(r). Conversa com a fome é comer, comer, comer: cabra esgalamido. Meia banda de um queijo com uma lata de doce de goiaba, só pode passar mal.
Passa é bem, Zé. É bem.

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