“branca, branca, branca, eu dizia, bela, bela, bela”
branca, mas
uma aquarela no peito:
basta abrires a boca
para as cores florescerem
como em festa delicada.
era noite,
eu pus tua mão na minha
e disse: vem.
vieste, e
teus cabelos, teus lábios, teus seios.
a noite ficou lá fora,
a manhã era uma promessa distante.
juntos, esquecemos o tempo,
mas não por completo:
uma gota no vidro, chuva.
fui descobrindo teu corpo aos poucos
e os segredos doces que são teus,
sinais.
eu não entendia se tocava a ti,
ou se beijava o corpo de uma nuvem
que se movia entre meus dedos; mas
ali sabia, não era mais só.
fechei os olhos, que já não eram meus,
e foi como abrir a vida
para que entrasses,
nuvem ou mulher.
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