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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



sexta-feira, 2 de julho de 2010

desmatéria

para o Yan

o ponto fundamental
é não confundir
completamente
matéria de poesia com
poesia da matéria –
sim, o é.

qual a matéria,
pergunto,
de uma caixa de fósforos,
uma mesa de bar,
um violão,
um malandro a cantar?

qual a matéria,
pergunto,
do Sérgio Alves marcando
no castelão entupido,
da cachaça na mão,
da alegria por ter ido?

a única matéria que me interessa
é a porção de desmatéria
que subverte a matéria primeira
para florescer algo novo,
poesia.

Um comentário:

  1. Amigo,

    sou muito bobo para esas coisas de dedicatória... acho que não fui feito pra isso: sou de falar coisas do dia-a-dia e a esse falatório ousei dizer que era poesia; como um ato de traduzir uma parte na outra parte... será arte?

    obrigado pelo querer da presença poética ao lado de temas tão bacanas: futebol, cachaça, samba... a poesia do fundo do nosso quintal!

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