III
Folhas,
folhas que caem amarelas
por entre postes caolhos
e neons adormecendo.
Levanto.
É ela que levanta vôo na praça,
e corro – menino inventando brinquedos.
Fazemos um bailado,
ela gira, gira, gira
o vestido de ar e folhas.
Ponho a mão na cintura verde,
mas ela foge, corre para baixo das árvores
a girar, a girar
e ganha corpo.
Observa-me por entre poeira e jornal.
Baús com palavras não ditas.
Travesseiros que voam sós.
Cabelos que saciam sede.
Relógios que se enganam de propósito.
E eu tropeço no meu próprio sonho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário