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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



quarta-feira, 3 de março de 2010

madrugada

III

Folhas,
folhas que caem amarelas
por entre postes caolhos
e neons adormecendo.

Levanto.
É ela que levanta vôo na praça,
e corro – menino inventando brinquedos.
Fazemos um bailado,
ela gira, gira, gira
o vestido de ar e folhas.
Ponho a mão na cintura verde,
mas ela foge, corre para baixo das árvores
a girar, a girar
e ganha corpo.

Observa-me por entre poeira e jornal.
Baús com palavras não ditas.
Travesseiros que voam sós.
Cabelos que saciam sede.
Relógios que se enganam de propósito.

E eu tropeço no meu próprio sonho.

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