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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



sexta-feira, 19 de março de 2010

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a chuva é exclamação
por natureza:
da altura que lhe tinha
deixa uma vereda saudosa,
cicatriz úmida.

são os céus que têm olhos,
diz a gota que passa.
são os céus que têm boca,
gota passageira de outra
gota
gota
gota

rouca é a voz do céu
diz meu ouvido que
ouça...
é o despir-se da roupa
(antes, descem vestidas
naquele som ligeiro
de palavra não dita
ainda).

quando chegam, a porta aberta,
sorriem satisfeitas para o amado:
do corpo nu vê-se a alma.
e se completam em som, espanto e sexo.

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