
a chuva é exclamação
por natureza:
da altura que lhe tinha
deixa uma vereda saudosa,
cicatriz úmida.
são os céus que têm olhos,
diz a gota que passa.
são os céus que têm boca,
gota passageira de outra
gota
gota
gota
rouca é a voz do céu
diz meu ouvido que
ouça...
é o despir-se da roupa
(antes, descem vestidas
naquele som ligeiro
de palavra não dita
ainda).
quando chegam, a porta aberta,
sorriem satisfeitas para o amado:
do corpo nu vê-se a alma.
e se completam em som, espanto e sexo.
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