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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



terça-feira, 2 de novembro de 2010

das pedras e do sonho


"pedras tantas do meu sonho,/ pedes tanto que meu sonho/ é sonhar levar-te, quando?"
(Jorge Luan, "lençol de pétalas")


pedras tantas do meu sonho
caminhos quantos e tortuosos
tantos
que as pedras cantando
saem da vida para o sonho.

sonho, oleira onírica,
academia em que só me vêm
punches, uppercuts, jabes...

pedes
que tenha calma,
ou coisa que o valha,
mas que sonho sonhado é esse
que se faz mais em parcimônia
que em noites e coices de insônia?

“dicotiledônea” seria uma rima,
não uma solução.

sonhar não é coisa que se faça
sonhando:
eu não tenho tempo para sonhar
que sonho.

prefiro ir aos saltos,
suando, rindo e cantando.

só assim
o sonho sai de Morfeu,
ou qualquer imagem breu,
e vai ter com os seus, os homens.

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