se eu tivesse flores,
não as daria à ninguém.
também não daria canções,
antigas cartas,
âncoras, arpões,
odisséias, sertões
volumes de ulisses,
poemas sem dedicatória –
o que me pedisses
se eu tivesse flores,
seriam flores em preto e branco,
como as fotografias,
a economia dos bancos,
a cabeleira das tempestades,
um velho ipê,
a inércia das tardes,
tudo que vê
ou que é visto
terminaria nisto:
nada de entregas e saudades,
ou beijos e vasos e amar-ses,
as flores se dobram à cinza
gravidade.
Excepcional. Agora doeu.
ResponderExcluirEita, como tá bonito este jardim de palavras! Abraço. Ivanildo.
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