coice de sonhos:
a dor é doce
e mancha o corpo
com um mel sem fim
pelos meus pés,
já passaram três gerações
de formigas.
nas caldeiras do peito,
preparei litros e litros
de chocolate
nas abas do panamá,
caíram açúcares de mil invernos.
andando pelos lábios,
o sorriso de um padeiro feliz;
mas foste tu, tu és
a doceira da minha agonia,
afrodite semeando diabetes,
vênus da obesidade alheia
(mas há os que perceberão -
entre as juras de amor,
que vez por outra cem,
e tantas compotas reservadas -
a presença discreta de
litros por cima de litros
de algum ácido escondido
nos teus olhares e gemidos)
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