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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



terça-feira, 24 de julho de 2012

outra fantasia


há um tempo
que é tempo o bastante
para saber quaisquer coisas
sobre a tua ausência –
essa que quanto mais ela
mais se assemelha
a tua presença.

sei que não morro, nem nada.
passo bem, vivo,
peço fogo a desconhecidos:
paro no sinal.
como três vezes ao dia,
no mínimo.

às vezes, balanço o oceano
e animo as ondas.
ainda acendo o sol com o pouco
fogo de um isqueiro.
picho poemas etéreos no concreto
muro do parlamento.

sem o que é teu –                                                        
vapor de lábios
em meu ouvido,
olhar que se dissolve
em pálpebras,
fantasia de oboés                               
sobre o lençol –
passo quase impune:

a poesia me entrega
sem saber
se me recebes.

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