os muito alegres que perdoem
a minha tristeza.
estourando rojões
ou queimando a vida
dificilmente descerão do céu
dos risos.
poderão ver de todo
a tristeza da maré em São Luís,
a desolação da ponte em Fortaleza,
a miséria do metrô sobre Recife?
os alegres,
peço que nos perdoem,
que permitam sermos
tristes.
ristes
e rirás por muito tempo,
e penso que rindo tanto
talvez não consigas
ver os dentes da vida
te rindo as gengivas.
o perdão da minha tristeza,
pois só nela sou alegre.
ou farei da alegria
algo sensível como o pão,
sonoro como um beijo,
uma terra de leite e mel –
porque sempre soube ser triste
ao não ter na boca um adorno,
mas um sorriso vivo em riste.
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