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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



domingo, 19 de setembro de 2010

impreciso

“A verdadeira singularidade feita de delicados contatos, de maravilhosos ajustes com o mundo, não podia ser cumprida por um só lado: a mão estendida deveria receber outra mão, vinda de fora, vinda do outro.”

-Julio Cortázar, O jogo da amarelinha.




Eu preciso aprender certos segredos.
por mais longa que seja a descoberta,
vai deixar maior porção d’eu em mim.

o mistério de fazer o café
e saber a combinação dos goles
com a temperatura de cada verso.

os difíceis pagamentos bancários,
o receio do e-mail a ser escrito
e as mágicas a fazer com o salário.

sei da pobreza dos atos que digo.
é que sua riqueza é toda inversa,
os segredos não são novos planetas...

como pequenos milagres
que crescerão pelos dias
findando n’outro, maior:
isto de ser impreciso.
dentro de si, no escuro,
hastear cada mão n’Outra
como quem descobre o fogo,
ou o Outro.

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