“A verdadeira singularidade feita de delicados contatos, de maravilhosos ajustes com o mundo, não podia ser cumprida por um só lado: a mão estendida deveria receber outra mão, vinda de fora, vinda do outro.”
-Julio Cortázar, O jogo da amarelinha.
Eu preciso aprender certos segredos.
por mais longa que seja a descoberta,
vai deixar maior porção d’eu em mim.
o mistério de fazer o café
e saber a combinação dos goles
com a temperatura de cada verso.
os difíceis pagamentos bancários,
o receio do e-mail a ser escrito
e as mágicas a fazer com o salário.
sei da pobreza dos atos que digo.
é que sua riqueza é toda inversa,
os segredos não são novos planetas...
como pequenos milagres
que crescerão pelos dias
findando n’outro, maior:
isto de ser impreciso.
dentro de si, no escuro,
hastear cada mão n’Outra
como quem descobre o fogo,
ou o Outro.
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