intelectual,
passou a vida toda vida tentando
definir "liberdade".
livros, música, drogas, surf
cabelos brancos.
um dia desistiu.
levantou-se do banco
e flanou sob os ipês.
deu o sinal
e foi contando postes
até chegar em casa.
quando se soube derrotado,
felicidade cantando,
foi que definira
a liberdade.
,
"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"
- Ednardo
- Ednardo
segunda-feira, 26 de abril de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
madrugada
V
que posso eu contra o mundo,
se só possuo palavras e dois olhos?
que posso eu contra o mundo,
se só me possuem palavras e passos?
vou chutando latas
e chuto meu olhar com elas,
mas a cabeça cá fica.
e chutando latas
também chuto os ponteiros -
ou são eles que me chutam
viela a dentro, vida afora.
folhas, anonimamente...
que posso eu contra o mundo?
dizer, posso dizer.
e dizendo pelas ruas,
ver que de tantas palavras,
ver que de tanta verdade,
a madrugada cai em si:
parafuso na madeira.
vindo,
esse tempo de palavras abertas
como o colo sombreado das árvores.
a madrugada fica como um quadro
que só ando
quando acho
que o eu em mim
não é.
que posso eu contra o mundo,
se só possuo palavras e dois olhos?
que posso eu contra o mundo,
se só me possuem palavras e passos?
vou chutando latas
e chuto meu olhar com elas,
mas a cabeça cá fica.
e chutando latas
também chuto os ponteiros -
ou são eles que me chutam
viela a dentro, vida afora.
folhas, anonimamente...
que posso eu contra o mundo?
dizer, posso dizer.
e dizendo pelas ruas,
ver que de tantas palavras,
ver que de tanta verdade,
a madrugada cai em si:
parafuso na madeira.
vindo,
esse tempo de palavras abertas
como o colo sombreado das árvores.
a madrugada fica como um quadro
que só ando
quando acho
que o eu em mim
não é.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
sexta corda

"falo da vida do povo: nada de velho, ou de novo"
nosso velho violão preto
na praça da gentilândia:
notas de vinho, canções embreagados
nós embreagadas elas.
somos quatro marginais
sentados em chão e banco verde
tomando um garrafão violado
aos gritos
somos quatro marginais.
sobra noite
e o palmo que resta
é sombra,
árvores. sóis são faróis,
faróis são gente
mente quem diz que o dia
só é dia de manhã,
há muitos sóis-gente
caminhando de vermelho e linho e grisalho,
e diapasão, e voz, e cigarro e
babi guedes.
nosso velho violão, bicentenário
quase,
sem a sexta corda,
mas pra que corda
se há babi?
o que falta, a medida que sobra,
é respeito a essa gente-babi
caminhando genial pelas ruas.
sobra poeira nos olhos.
"alegria do povo é sambar e sonhar"
Caiu a folha
quarta-feira, 14 de abril de 2010
sob a tarde cinza
o que há de nobre em mim
é essa loucura de borboletas
arfando em revoada verde
dos casulos sóbrios.
é essa loucura de borboletas
arfando em revoada verde
dos casulos sóbrios.
terça-feira, 13 de abril de 2010
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