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"Nasci pela Ingazeiras/ Criado no ôco do mundo./ Meus sonhos descendo ladeiras,/ Varando cancelas,/Abrindo porteiras./ Sem ter o espanto da morte/ Nem do ronco do trovão,/ O sul, a sorte, a estrada me seduz./ É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz/ É ouro em pó, é ouro em pó./ É ouro em pó que reluz:/ O sul, a sorte, a estrada me seduz"

- Ednardo



sábado, 1 de setembro de 2012

do mar e do rio

"a cidade não está no homem
do mesmo modo que em suas
quitandas praças e ruas"
-ferreira gullar, "poema sujo" (buenos aires, 1975)


a cidade em que vou
perdendo os pés
não é aquela que corre
iluminada
entre os cabelos.

dela, aquela,
sobram pedras e perdas
avenidas ou veredas
que tomam de assalto
os olhos que as viram
se nada mais veem –
quando cerram as cortinas
feito em sono bravo.

feito feitiço
lançado em meu nome:
magia de areia soprada sempre
pelo vento
cegueira de sol batendo duro
no chapéu
assombro de céu fechando água
sobre o tempo.

castigo e alento:

o que só cabe em si
desagua desterro em mim,
foz de um rio n'outro.

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