o jogo foi jogado, bela,
e não creio que velhas cartas
caiam das mãos das nuvens
para matar tua sede.
embaralhados os dois,
não sei a quantos reis e valetes
está a dama que procuro,
qual outra mão a ganha.
uma caminhada pelas ruas
e os prédios são copas,
as calçadas são espadas
e o ouro que me salva
foge numa esquina.
em jogo jogado, não se ganha,
se vencem os amores,
se vencem as lembranças,
mas não os amanhãs,
instantes de descuido.
e tomei a liberdade de,
em segredo,
mexer nas cartas do baralho,
guardadas entre fotos e poemas
numa gaveta qualquer.
eu lanço mão das palavras –
e não blefo em nenhuma –
esperando, calmamente esperando,
que você pague para ver.
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